domingo, 5 de outubro de 2014

'Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove.
Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha.
Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra.
É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.'

William Shakespeare



domingo, 10 de agosto de 2014

Quando as almas não se tocam mais

Chega um tempo em que tudo não passa de parte de um passado bom.
A carta guardada, porque não haverá a próxima.
A música que relaciona época com fato.
E tudo que marcou um tempo e os momentos que ficaram lá, onde atos e marcas viram datas.
Talvez porque precisamos de mais que alma pra deixar em caixas, ficam lá, guardados de forma carinhosa, sagrada, secreta, mas guardados, como arquivos, pastas ou álbuns, ou tudo isso.
E isso, que era tudo, é mais nada, porque alma já não vive mais ali.
Aquelas almas, que tanto confidenciaram, planejaram e se nutriram à espreita de qualquer desafio ou dificuldade, não se tocam mais.
Seria como dizer que elas sofreram decomposição quando se pensa em elo, ligação, conexão.
É como se uma, ao cruzar com a outra, simplesmente não se reconhecessem mais.
Paradoxalmente, essas almas se transformam em corpos invisíveis um para o outro.
Então, pra que a memória traga de volta fragmentos do que um dia foi, há que se abrir aquela caixa empoeirada, emperrada e repleta de lacres que o tempo cuidadosamente arranjou.
E aquilo tudo que parecia impossível ser esquecido, 'vira página virada' de um livro rico em pedacinhos de um tempo bom.
Quando as almas não se tocam mais, esquece-se naturalmente de coisas que um dia foram de vital importância, de risco fatal extraviá-las.
Quando é alma que se desliga da outra, é imprescindível um desenlace radical, um desligamento doloroso a ponto de romper com os fios dourados que ligavam uma à outra.
É que com alma não se brinca como se pode brincar com corpo.
Alma a gente não manipula, porque almas são feitas de finas moléculas de um tecido divino, que não se compra em loja, que não se manda reformar.
E, uma vez que esses 'vestidos celestiais' passam despercebidos entre aqueles que um dia foram os protagonistas de uma história de amor, há que se admitir que essas almas não se tocam mais.
Há que se perceber que não dói mais não perceber.
Não dói mais simplesmente porque a alma se despediu, desconectou.
Traumas entre almas deixam buracos irretocáveis.
E buracos não se encaixam, não somam.
São ausência.

(Stella Marla - 28Jul2014)

domingo, 3 de agosto de 2014


Não são as linhas paralelas
que fazem as almas se encontrarem...


(Stella Marla - 03Ago2014)

domingo, 4 de maio de 2014

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A morte física não me assombra, porque sei que haverá reencontro.
O que me é drástico, no entanto, é a partida daquilo que morre pelo meu desencantamento.


(Stella Marla - 02Abr2014)

quarta-feira, 26 de março de 2014


Que o silêncio grite cada palavra que um dia eu falei,
e as que nunca disse.

(Stella Marla - 26Mar2014)

domingo, 26 de janeiro de 2014


Homens Princesa

Eles não têm altura, peso ou qualquer outra medida que os coloque no mesmo grupo.
Não é o número do sapato (de cristal), nem a idade.
Não trazem escrito na testa, ou no olhar.
No modo de andar? Também não.
Nem são os bem humorados, ou os de mau humor.
Os ‘homens princesa’ revelam sua delicadeza na forma de encarar os problemas do dia a dia, esperando que, num ato heroico, surja, montada em um lindo cavalo branco, a princesa que o salvará dos perigos do mundo.
E o mundo está cheio desses ‘delicados machos’, que vivem ofendidos por qualquer situação que lhes exija a atitude esperada de sua ‘espécie’.
São aqueles que se encontram numa TPM profunda, capaz de provocar dores nos seus peitos inchados e cólicas intermináveis que nem a maior taxa de testosterona consegue inibir.
Geralmente moram com os pais por mais tempo que a média dos homens de sua idade.
Os que casam, ao invés de se tornarem o braço forte da família, transformam-se em outro filho. Talvez por isso muitos chamem suas esposas de ‘mãe’.
Minhas amigas solteiras reclamam.
E muitas das casadas, também.
Eles não suportam situações que lhes exijam os culhões do quais sempre e tanto se orgulharam.
Olhar, de repente, a troca do absorvente sujo de sangue, por exemplo, quase os faz vomitar.
Trocar a fralda cheia de cocô, jamais!
E se orgulham de terem sido ensinados a nunca lavarem a louça, porque isso ‘é coisa de mulher’.
Os ‘homens princesa’ dificilmente vão encarar uma jornada de trabalho maior, ou virar a noite num hospital, ou trocar o curativo da esposa que acabou de fazer uma cesárea.
Raramente vão esclarecer uma situação que possa ter gerado desconforto ou mal estar em alguém. Não. Eles preferem fugir da discussão.
Mas o mais típico, é o fato de que os ‘homens princesa’ não enfrentam outros homens. Geralmente estufam o peito cabeludo apenas às fêmeas e até ‘descem o braço’, mas em suas princesas.
Não se vê muitos deles vivendo sozinhos.
Os que vivem, muito provavelmente têm uma situação financeira confortável o bastante para bancar a casa arrumada, comida pronta e roupa lavada, ou não sairiam da casa da mamãe.
Emocionalmente deficientes e sempre escondidos sob a asa de alguém, rotineiramente delegam atitude e providência.
Seus relacionamentos somam mais na quantidade, até porque, dificilmente vai aparecer alguém que substitua mamãe à altura.
'Homens princesa' vão sugerir o aborto ao engravidarem sua namorada.
Vão obedecer ao sexto sentido de sua mãe, caso ela não tenha simpatizado com você.
Vão criticar seu vestido, seu perfume, seu cabelo.
Vão transferir as suas mulheres a ‘culpa’ de serem notadas e admiradas.
'Homem princesa' vai sair de fininho da sua cama, no dia seguinte, porque precisa almoçar com a mãe, tomar o remédio, trocar a roupa, estudar pra prova, concluir o relatório, jogar o futebol... ou porque ontem estava bêbado.
‘Desilusão, meu bem. Quando acordou estava sem ninguém.’

(Stella Marla - 26Jan2014)

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014



Página virada, não!
Livro novo!






(Stella Marla - Réveillon2014)